Que fazer com uma Bicuda??

Depois vem a bicuda, ou barracuda (Sphyraena viridensis, Fam.: Sphyraenidae) que, para além de ser um desafio ao caçador, é um desafio aos gourmets. Tive cerca de 15 anos para descobrir como é que o estupor do bicho ficaria bom. Eu experimentei de todas as maneiras que os meus “buddies” me ensinavam mas nada. Aquele sabor de sardinha enxertada em pescada não ia... Até que, num ano, descobri as três melhores maneiras de as cozinhar: uma através de um caçador/odontologista da Praia da Vitória, outra em conjunto com o AL Pacheco no Carapacho numa noite de invenção após um dia de cacholadas incríveis e a outra durante uma insónia. Assim e pela referida ordem de proveniência: i) maionese da dita, ii) em escabeche acompanhada por açorda de tomate, e iii) finalmente em caril (no foto). Entre as três que venha o diabo e que as escolha.

Se fizer caril recomendo-lhe que o faça mesmo picante (senão não é caril!). Ora isto exige um vinho de acordo com as qualidades gastronómicas deste prato e, por experiência própria, os brancos do Douro acompanham na perfeição este prato.

A bicuda também dá uma sopa excelente quando fresca e devidamente enriquecida com as respectivas ovas cozidas e desfeitas, sendo esta receita uma proeza do Zé Martins também ela degustada na Graciosa.

texto cedido pela Regina de Oliveira Jordão